O mundo colorido de Deus

“Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver”. Marcos 10:51

Você já imaginou sua vida sem cores? Não diferenciar o azul do amarelo, o vermelho do verde ou o azul do branco? Isso me faz lembrar que acho que nunca agradeci a Deus pelo privilégio de ver a maravilha das cores no nosso mundo. Conheço um senhor que é daltônico. Ao perguntar como ele faz para distinguir as luzes do semáforo, ele me disse que sabe a ordem das cores, mas quando a claridade bate e elas somem, ele segue o fluxo dos carros. Meio arriscado, mas foi como ele se adaptou ao trânsito.

Quando minha família teve uma papelaria, sem saber, contratamos um funcionário daltônico.  E ele era tão eficiente que, por vários meses, ninguém percebeu sua pequena deficiência. Dentre as suas estratégias para contornar a situação, uma era prestar atenção onde os outros funcionários guardavam os papéis coloridos e, outra, era fazer com que o cliente, sem notar, apontasse o produto desejado. Até que, um dia, fomos fazer o balanço da loja e ele ficou encarregado de separar os papéis por cores. Aí não teve jeito. Ficamos sabendo, admirados, que ele não diferenciava cor nenhuma. Eu então perguntei: “Como é ver a vida cinza?” E ele respondeu: “Eu nunca vi a vida colorida, então não sinto falta.”

No caminho para Jericó Jesus encontrou um cego chamado Bartimeu (Marcos 10: 46-52). Ele pediu a Jesus a cura, a recuperação da visão. Ele sabia o que tinha perdido, pois não sentimos falta daquilo que não conhecemos. Não sentimos falta da comida que nunca provamos, de um lugar que nunca visitamos, de uma música que nunca ouvimos, das cores, se nunca a presenciamos, ou do amor, se nunca tivemos a oportunidade de compartilhar a vida com alguém.

Quando senti a minha vida descolorida, desfocada e sem brilho, também, pedi a Deus a recuperação da alegria de viver. Não foi um milagre instantâneo. Ainda tem sido uma longa recuperação. Algumas luzes continuam apagadas e muitas cores continuam esmaecidas, mas, aos poucos, as lentes estão sendo polidas e o brilho está voltando. Só o Senhor para dar sentido e motivos para lutar e recuperar o colorido da fé, da oração, da graça, do louvor e da adoração.

Graças a Deus que as cores estão a nossa volta para serem apreciadas. Hoje eu posso não vê-las, mas amanhã pode ser você a ver a vida descolorida. Não se apresse. O criador continuará pintando a aquarela que muda a sua e a minha visão no momento certo. A minha esperança é que, em breve, o luto se torne uma doce lembrança de quem hoje já partilha das cores do céu, numa eternidade onde o brilho do sol jamais se apaga.  Se você estiver vivendo este momento de daltonismo, se achegue, louve, adore, seja grato, ore e volte a ter o brilho de Cristo em sua vida. Creia, Deus pode restaurar nossa visão e mudar nosso pranto em cântico de louvor!

Zelene Reis

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