Transição

“A vereda do justo é plana; tu, que és reto, tornas suave o caminho do justo”. Isaías 26:7

Estou transitando entre o luto e a luta. A vida requer mudanças que não são fáceis de administrar, mas que precisam ser vividas e sentidas. Li, em algum lugar, que “a transição em si é o caminho que leva de um estado até o outro, onde algo precisa morrer para outra coisa nascer. Algo precisa ir, para o novo vir”. Neste caso, neste processo, nesta linha do tempo, o luto lentamente vai se transformando numa luta, para que a vida continue seguindo, mesmo com dores e saudades.

Hoje o meu blog teve uma mudança sutil. Já faz algum tempo que venho conversando com meu amigo e designer Filipe Melo, que foi quem começou esse trabalho e me incentivou a escrever minhas experiências. Ele me presenteou com arte, domínios e sites, porque eu entendo muito pouco deste mundo criativo e tecnológico, por isso, confio plenamente essas questões em suas mãos. Apenas escrevo e, algumas vezes, dou palpite nas imagens dos textos. O resto fica por conta dele.

Nas nossas conversas sobre a transição, enquanto discutíamos mudanças de imagem, cores, formatos e tantas outras questões, fomos experimentando algumas alternativas até chegarmos a um consenso. Creio que a experiência foi um aprendizado, tanto na arte como na vida. Entre o luto, que ainda se encontra presente, e a luta que tem marcado alguns espaços, já trazendo dias mais leves, vou tentando crescer e aprender com tantas mudanças que a perda me trouxe.

Nestes tempos doídos, transitei entre a doença e a saúde, entre a morte e a aceitação, entre o nordeste e o sudeste e entre surtos e saudades. Em minha mente, as observações do novo status, do peso dos dias, do escuro da noite, da beleza mesmo em meio à tristeza, foram se transformando em letras e frases. Só depois de muito tempo elas viraram textos, digitados no velho computador que compartilhei com o amor da minha vida e, ainda, guarda suas digitais, suas memórias em filmes e fotos e seus jogos de paciência que, às vezes, aparecem na tela, esperando para terminar a última partida.

Tantas lembranças, algumas vezes, dificultam as mudanças, mas os dias seguem. E enquanto isso, a própria vida e o tempo se encarregam de ajustar e adaptar novos rumos, novas histórias e novos projetos. O ontem não ficou esquecido, permanece vívido, mas o hoje está sendo encarado de frente com fé, coragem e determinação. E o amanhã, Deus está cuidando e me fazendo entender que basta o dia de hoje. A luta é hoje e não amanhã. Amanhã será outra etapa e, também, será vivida e vencida, porque quem está me levando a transitar, a me reinventar e a caminhar por essa linha tênue, está me dando o equilíbrio e a força para controlar as emoções, as lágrimas, as dúvidas e os temores.

A Deus, pois, mais uma vez e para sempre, toda a glória. Enquanto caminho neste trajeto de mudanças, Ele leva a bagagem pesada que, às vezes, eu ainda insisto em carregar sozinha. Mas, à medida que me desfaço dos pesos extras e me permito respirar e entregar o que não dou conta Àquele que me conhece, a vida vai se tornando mais leve, mais clara e os dias finalmente vão se enchendo de cor.

O amor vivido e compartilhado transita comigo e permite que eu vá do luto à luta com as armas das lembranças boas, dos sonhos, do jeito de encarar a vida com esperança e, principalmente, me lembra que no fim desse caminho nos encontraremos e viveremos felizes para sempre!

Zelene Reis

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