Voltando para agradecer

“E um deles, vendo que estava são, voltou, glorificando a Deus em alta voz;” Lucas. 17:15

Este texto, se encontra em Lucas 17:11 a 19 e conta a história da cura dos dez leprosos, em que só um voltou para agradecer a Jesus. É muito fácil julgarmos a atitude dos nove leprosos ingratos. Afinal, o milagre foi imenso. Transformou a vida, a saúde e a condição social de todos eles. Até a religiosidade foi restaurada pois iam ser avaliados pelo sacerdote, que daria o passe livre, o direito de ir e vir. Mas só um deles voltou para agradecer. Fico pensando em quantas vezes não volto para agradecer. A percepção, segundos antes da batida e a freada salvadora, um relacionamento restaurado, a comida sobre a mesa, o teto sobre a cabeça, o remédio para o alívio das dores, um leito de hospital. O dia acaba, o sono vai chegando e eu me esqueço de tantos livramentos e bênçãos recebidas. Esqueço de voltar para agradecer.

Há alguns anos, em Teresina, eu estava dirigindo em uma avenida movimentada quando um caminhão enorme, ao desviar dos galhos de uma árvore, esbarrou no pneu traseiro do meu carro, fazendo com que eu perdesse o controle da direção e rodasse no asfalto. O caminhão me arrastou por alguns metros e, naquele momento, tive plena consciência que ia morrer debaixo da lataria.  Mas, fora o constrangimento de parar o trânsito em horário de pico e ver uma pequena multidão me olhando atravessado, pensando, claro, que a culpa era minha, não sofri nada. Nenhuma escoriação. Nenhuma dor. Só um grande susto, uma porta danificada e alguns lugares amassados na lataria do carro. Um grande livramento. Uma imensa gratidão!

Se formos contar todos os sustos e pequenos e grandes milagres, com certeza, a lista será imensa. Nos últimos tempos, ainda assombrada pelo trauma da Covid-19 e o estrago que ela fez na minha família, passei por momentos de ansiedade com meus queridos sendo infectados e tratando das sequelas. Imagino que, neste momento, assim como eu, muitos corações estão agradecidos pela alta recebida, pela volta para casa, pela cura, pelas vacinas (agradeço porque já tomei a primeira dose) e, muitas vezes, pelos resultados negativos e ausência de sintomas. Talvez, no contexto atual, essa seja a nossa maior gratidão.

Então, eu volto para agradecer. Agradeço pelos dias negros e pelos dias de sol. Pela sombra que me protege quando nem mesmo percebo o perigo à minha frente e sigo segura porque o meu Protetor segue abrindo os caminhos e acalmando as tempestades. E, mesmo quando o medo e a dúvida teimam em me importunar, Ele traz calma e paz. Preciso tornar a gratidão uma prática constante em minha vida, mantendo minha vontade alinhada à vontade do Senhor.  Deus se agrada de filhos gratos e que reconhecem Sua generosidade sem medida, mesmo nos momentos de aperto e sofrimento. Nossa garantia de dias melhores e vida incomparavelmente melhor não são neste mundo e, sim, na eternidade. Por isso, sejamos gratos. Cristo conquistou na cruz nosso passe para uma vida de felicidade eterna. Este é o motivo maior para voltarmos todos os dias e todos os momentos para agradecer.

A gratidão não deixa espaço para a murmuração.

 

Zelene Reis

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