Esperançar

Meu pai sempre foi extremamente otimista, dessas pessoas que acreditam fortemente que tudo acabará bem, que, no final, as coisas sempre darão certo. Essa era uma de suas características mais marcantes. Lembro-me de uma tia que dizia que, se algo de ruim acontecesse, era bom que papai estivesse por perto, pois assim tudo se resolveria. Sim, ele era daqueles que queríamos ao nosso redor.

Nunca consegui imaginar o mundo sem ele, sem sua voz-calmante, suas palavras de encorajamento. Quando Deus o chamou, a sensação foi que nos tinham roubado o sol e viveríamos uma noite sem fim.

Em meio às lagrimas, eu e meu irmão tivemos a curiosidade de ver qual tinha sido a última mensagem que ele havia mandado no grupo da família. No dia anterior à sua internação na unidade de terapia intensiva, ele enviou “Estou esperançoso”.

Ele sabia que tudo acabaria bem, pois a sua confiança não estava nos médicos, tratamentos ou coisas terrenas. E assim, otimista, foi para a UTI e, depois, para os braços do Pai.

A fé no Deus de amor, que nos carrega no colo, guia nossos passos, fez meu pai viver esperançando. Não esperando as coisas caírem do céu, mas agindo, trabalhando, doando sua vida para as coisas do céu.
Que esse exemplo de vida nos ajude a seguir em frente, ancorados na fé, no amor que excede todo o entendimento e esperançando até nosso encontro na casa do Pai.

Thais Reis

São Paulo, outubro de 2020

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